Acontece que a cada passo das minhas caminhadas diárias, penso não só em quem é a Laura, mas em quem é também a Inês. A Laura está a proporcionar que conheça mais e melhor da Inês e a Inês a proporcionar que conheça mais e melhor da Laura...às vezes confundem-se...às vezes confundo-me...mas algo me diz que este é "um" caminho...pode não ser "o" caminho, mas acho que é possível chegar a algo desta forma.
No outro dia, quando ia para casa, depois de uma longa jornada nos transportes (como aliás, já é habitual), saí do comboio em Oeiras e fiz a minha "caminhada" (mais uma) de 10/15 minutos da estação a casa. Já não sei o que teve aquele dia de especial para proporcionar aqueles momentos estranhos, mas isso também não é importante. Ia com os auscultadores a ouvir diferentes músicas e comecei a visualizar na minha cabeça a minha própria imagem ali, a andar...os meus olhos estavam tão vivos que naqueles 10 minutos viveram tudo ou quase tudo o que vivem numa vida inteira: lacrimejaram, esboçaram sorrisos, lutaram contra uma qualquer coisa que atormentava, acalmaram, entristeceram, entraram em pânico, encorajaram-se, arriscaram, alegraram-se,analisaram, compreenderam, tiveram dúvidas, cresceram e mingaram...abriram e fecharam... Não me lembro o que tinham, o que pensavam, mas uma coisa lembro: nunca desejei tanto ter uma câmara à minha frente; nunca compreendera na minha pele, até então, o que realmente procuro no cinema.
Numa fase inicial tudo se mistura, tudo se confunde, tudo se adensa - a pouco e pouco, desta mescla vai surgindo qualquer coisa...por pouco que seja de cada vez...
Quando Maomé não vai à Montanha, vai esta a Maomé - quando uma minha realidade não vai parar ao cinema, neste caso à imagem captada por uma câmara, vai o cinema para uma minha realidade...isso há-de espoletar em mim "um qualquer pouquinho" de "uma qualquer coisinha produtiva"... =) espero... Pelo menos...ja se vai sentindo cá dentro... =)
Inês S.
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