domingo, 12 de abril de 2009
O meu nome e eu
Laura:
O meu nome vem do Latim. Provavelmente a minha paixão por essa língua maravilhosa, ainda que cada vez mais em desuso, provém já das origens do meu nome. Quiçá das origens da minha alma…e essa já pode ter viajado bastante antes de me conhecer… Laura significa coroa de folhas de louro. Só daqui se pode pensar na simbologia de cada palavra e talvez encontrar muitos paralelismos com aquilo que eu sou. Uma coroa remete para aquele símbolo circular que confere a cada pessoa que a usa um certo estatuto divinal, um poder especial. Circular… o ciclo da vida, o ciclo das dúvidas, o ciclo da morte; uma coroa…o objecto que as crianças usam para se sentirem reis, rainhas, princesas e príncipes… remetendo-as para um imaginário gigantesco onde tudo pode existir, basta nós querermos…o lugar onde um mundo novo se pode criar. É, eu continuo a viver às vezes nesse mundo, nesse mundo onde nos podemos perder… porque ele continua a abrigar-me, ainda é aquele que melhor conheço, onde me sinto mais segura. E não é só isso…é o mundo dos sonhos…e não há nada mais belo que sonhar! Eu diria que “sonho, logo existo”. Mas não podemos viver só nesse mundo em que nada é concreto, onde tudo é relativo! Tenho cada vez mais consciência de que não quero só isto para mim… e, por isso, sinto-me mais próxima deste mundo de cá, onde tanta coisa pode acontecer e onde tanto eu quero viver e experenciar coisas novas…
Enfim…
Mas esta coroa, não é uma coroa qualquer… é uma coroa de folhas de louro…é uma coroa de plantas (que remete para aquelas que se vêem nos velórios e funerais… remete para a minha morte… aquele pedaço de mim que não consegue viver, por mais que queira… aquela parte que se arrasta… que espera… em vão…).
E também não são umas plantas quaisquer! São folhas de louro…como aquelas que se põem na comida para dar sabor… não sou tão desenssabida como muitos pensam...
Laura - variante: Lauriana. Nome de pessoas que se deixam dominar por sentimentos contraditórios (Sim… é uma embrulhada aqui dentro…nem vale a pena falar disso… nem eu própria compreendo…). Preocupa-as a opinião dos outros, e são muito selectivas ao escolher companheiros. (Não posso fazer figura de parva. Já o fiz bastantes vezes e se quero realmente participar neste mundo e viver coisas concretas na minha vida, tenho de conseguir que me sintam como eles, não posso parecer diferente, até porque não sou assim tão diferente! Só tenho mais dificuldade em… em exprimir-me talvez… vai tanta coisa na cabeça, que é difícil clarificar, até para mim mesma, quanto mais para os outros! Mas eu aprendo depressa… e tenho a ajuda da Rita agora). Às vezes uma radical solidão as detém. (Uma menina da terra que ao crescer decidiu conhecer o mundo para além da sua pequena cidade. Vai sozinha para Lisboa e sente-se orgulhosa disso, mas morre de medo. Tudo é novo, ela não sabe tão bem como dantes o que é certo ou errado, tudo é diferente. Ela apaixona-se pelo mundo que está a descobrir, mas dêem-lhe tempo, ela ainda tem medo… poucos a compreendem. Ela sente-se desabrigada, sozinha… Ela parece tão distante e afinal é tão fácil chegar a ela. Primeiro o Orlando, depois a Rita… os portos de abrigo que ela encontrou… tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo…)
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